De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), 7 em cada 10 mulheres vão sofrer violência ao longo de suas vidas. No dia 25 de novembro, é celebrado o Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher, data oficial das Organizações das Nações Unidas (ONU) convencionada desde a Assembleia Geral da instituição de 1999.
A data homenageia as irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa, três mulheres brutalmente assassinadas pelo ditador Rafael Leônidas Trujillo, da República Dominicana, em 25 de novembro de 1960. O trio combatia duramente a ditadura no país e acabaram sendo assassinadas por isso. As mortes repercutiram em todo o país, causando forte comoção. Pouco tempo depois, o ditador Rafael Trujillo também foi assassinado.
De acordo com pesquisa realizada pelo DataSenado com 1.116 brasileiras, entrevistadas entre 29 de março e 11 de abril deste ano, no Brasil, entre 2015 e 2017, o número de mulheres que declararam ter sido vítimas de algum tipo de violência passou de 18% para 29%. Também houve crescimento no percentual de entrevistadas que disseram conhecer alguma mulher que já sofreu violência doméstica ou familiar: o número era de 56%, em 2015, e foi para 71% em 2017.
Os dados mostram que os agressores mais frequentes, em 74% dos casos, são homens que têm ou tiveram relações afetivas com a vítima: o atual marido, companheiro ou namorado foram apontados por 41% das entrevistadas. Outras 33% disseram ter sido agredidas pelo ex-marido, ex-companheiro ou ex-namorado.
Se você sofre ou conhece alguém que sofre com este tipo de violência, ligue para o número 180. O telefone corresponde à Central de Atendimento à Mulher e recebe denúncias, fornece orientação sobre direitos e legislação vigente, além de reclamações sobre serviços da rede de atendimento à mulher.
Em Ouricuri, o SINDSEP/OURICURI, preparou um conteúdo especial para você conhecer mais sobre o assunto e saber como ajudar mulheres que passam por algum tipo de violência.
A data tem o objetivo de alertar a sociedade sobre os casos de violência e maus tratos contra as mulheres. A violência física, psicológica e o assédio sexual são alguns exemplos desses maus tratos.
Porque muitas vezes esse crime fica escondido?
As mulheres que sofrem violência normalmente estão nessa situação porque o agressor já a sensibilizou, manipulou e agrediu de tal forma que a mesma sente-se dependente dele e que suas ações e atitudes são erradas.
Muitas delas são dependentes financeiramente, têm filhos, não podendo arcar com despesas sem o agressor – que na maioria das vezes é o parceiro com quem tem laços, afeto. Na maioria dos casos, essas mulheres têm vergonha de denunciar sentindo-se humilhadas de certa forma pois já estão muito fragilizadas pelas agressões, sejam elas físicas ou psicológicas, e quando chegam a denunciar, a situação já está fora de todos os limites e muitas vezes, não tendo apoio da família, amigos e nem mesmo da sociedade, que normalmente, com olhar machista e as colocam como culpadas pelo que estão sofrendo.
O que leva grande parte delas, sofrerem sozinhas e caladas?
As denúncias de violência contra mulheres chegam aos órgãos socioassistenciais, algumas vezes por demanda espontânea, entre outros meios. As pessoas em situação de violação de direitos são acolhidas com atendimentos sociais, psicológicos e jurídicos visando que os danos da violência sejam minimizados e sempre que necessário, outros órgãos de apoio são acionados, para atendimento psicológico contínuo se for o caso.
Com a Lei Maria Penha muitas mulheres conseguem sair dos lares agressores e viverem de forma saudável e proverem-se de forma independente. Com a lei, passou a haver maior discussão sobre a violência contra a mulher no país, aumentaram “timidamente” as notificações e foram encorajadas denúncias, apesar de ainda se estimar que elas não passem de 10% a 20% dos casos efetivos de violências de gênero.
Uma pesquisa publicada em 2015 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indicou que a lei promoveu uma diminuição de 10% na taxa de homicídios contra mulheres praticados dentro das residências.
Certamente, ainda tem muito a ser feito, mas o caminho é esse – tornar as mulheres cada vez mais dependentes de si mesmas, educar os filhos desde o berço, mostrando que nada se resolve com violência e às meninas que não aceitem “qualquer” forma de “amor” – bater, ameaçar é crime e não zelo, carinho ou amor.
-Disque denúncia 181
-Disque 100
Lembrando que o sigilo é absoluto. Não tenha medo de denunciar. Podendo também procurar a Delegacia local e ligar para o 190 (polícia).
Da redação do BLOG RADAR DE NOTÍCIAS – EMANOEL CORDEIRO/FEMANA/SINDSEP OURICURI