Os acordos de delação fechados pela empreiteira com as autoridades do Brasil e dos Estados Unidos indicaram atos de corrupção da empresa em pelo menos 12 países da América Latina e África entre 2001 e 2016, mas nesse período a presença brasileira também foi marcante em outros campos.
A partir desta quinta (1º), a Procuradoria Geral da República deve começar a liberar para autoridades de outros países trechos da delação que lhes digam respeito. As informações permanecerão sob sigilo, no entanto.
A maioria desses países também recebeu financiamentos do BNDES para obras de infraestrutura tocadas por empresas brasileiras.
Entre 2005 e 2014, só os projetos da Odebrecht nessas regiões tiveram aportes de mais de R$ 36 bilhões.
Nas últimas duas décadas, a atuação brasileira na América Latina e África também foi relevante no campo do marketing político.
Três marqueteiros são investigados fora do Brasil por supostos crimes ligados a construtoras: João Santana, Duda Mendonça e Valdemir Garreta. O primeiro fechou delação e os dois últimos negam ter cometido delitos.
Um dos principais pontos sob apuração nessas regiões são supostos repasses ilegais para campanhas políticas feitos por empreiteiras brasileiras. Os políticos estrangeiros dizem não ter envolvimento com os crimes.
Foi nesse período também que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou projeção internacional.
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Da redação do BLOG do Emanoel Cordeiro/Folha de S. PauloMagno Martins