O senador José Serra (PSDB-SP) afirmou na noite desta segunda-feira, dia 12 de junho, durante reunião da comissão executiva do partido em Brasília, que o PSDB permanecerá no governo Michel Temer.
Além dos integrantes da Executiva Nacional, também estiveram presentes à reunião os quatro ministros do partido, deputados, senadores, governadores – entre os quais Geraldo Alckmin (SP), Beto Richa (PR), Simão Jatene (PA) e Marconi Perillo (GO) –, prefeitos de capitais – incluindo João Doria (São Paulo) e Arthur Virgílio Neto (Manaus) – e dirigentes regionais.
De acordo com o senador tucano, que foi ministro das Relações Exteriores, o partido “não fará nenhum movimento agora no sentido de sair do governo”.De acordo com ele, a decisão tomada é que os ministros tucanos não sairão do governo.
O PSDB detém o comando dos ministérios de Relações Exteriores, Secretaria de Governo, Cidades e Direitos Humanos e é um dos principais aliados do governo no Congresso.
“Quando os fatos mudam, eu mudo de opinião. Se os fatos mudarem, vamos avaliar”, afirmou Serra a jornalistas, que aguardavam o fim da reunião do lado de fora. O encontro dos tucanos ainda estava em andamento até pouco depois das 21h.
A relação entre o partido e o governo sofreu um abalo depois que surgiram as acusações feitas de executivos da JBS envolvendo o nome do presidente. Investigado pela Operação Lava Jato, Temer é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa.
Há ainda a expectativa de que o Ministério Público Federal apresente uma denúncia contra ele nas próximas semanas.
Para Temer, a permanência dos tucanos na base aliada seria importante não só pela sustentação política, mas também porque o PSDB é um dos principais apoiadores do governo na aprovação das reformas enviadas pelo Planalto para o Congresso.
Segundo o colunista do G1 e da GloboNews Gerson Camarotti, o presidente licenciado do PSDB, Aécio Neves, afastado do Senado por ordem do Supremo, tem articulado a permanência da legenda na base governista.
Em troca, Aécio está de olho no apoio do PMDB no Conselho de Ética do Senado, a fim de salvar seu mandato em caso de eventual processo por quebra de decoro. Ele foi denunciado ao STF por corrupção passiva e obstrução da Justiça.
De acordo com o Blog da Andréia Sadi, interlocutores de Michel Temer também têm sinalizado com o apoio do PMDB à candidatura tucana nas eleições presidenciais de 2018.
Atualmente, dois tucanos despontam como principais pré-candidatos da sigla: o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito de São Paulo, João Doria.
Há duas semanas, Temer procurou Alckmin para pedir ao governador que desmobilizasse a debandada do PSDB de São Paulo. Alckmin tem trabalhado neste sentido.
Outra preocupação de Michel Temer é em relação à denúncia que a Procuradoria-Geral deve apresentar contra o presidente. Para que ele vire réu no Supremo, o prosseguimento do processo no Supremo precisa ser autorizado pelos deputados.
Da redação do BLOG do Emanoel Cordeiro/G1