A Polícia Civil realizou até a manhã desta sexta-feira, 24, 643 prisões em 16 Estados e no Distrito Federal como parte da Operação Cronos, contra autores de homicídios e feminicídios (tentados e consumados). A operação tem o apoio do Ministério da Segurança Pública e é coordenada pelo Conselho Nacional dos Chefes de Polícias Civis (CONCPC).
A expectativa é que o número de prisões chegue a mil até o fim do dia, segundo o presidente da CONCPC, Emerson Wendt. O grupo deve divulgar novo levantamento até o fim do dia. Os casos incluem novas investigações e sentenças condenatórias. “Os dados até este momento são extremamente satisfatórios”, disse Wendt. “Temos visto uma escalada repulsiva de crimes de feminicidio no País”. No entanto, Wendt não informou quantas das prisões foram referentes à feminicidio e homicídio.
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que a operação é uma forma de reafirmar a importância da Lei Maria da Penha. “Esse é um crime covarde que acontece muitas vezes dentro de casa e é algo que tem de ser repelido”, disse. “Esse trabalho levou meses para ser desencadeado. Temos até esse momento 4.983 policiais envolvidos e esse número deve crescer bastante”, disse o ministro durante coletiva de imprensa nesta manhã em Brasília.
Segundo o ministério, a ação foi definida no início de julho, mesmo mês em que aconteceu a morte da advogada Tatiana Spitzner, 29, no Paraná. Tatiane morava com o marido, o professor de Biologia Luis Felipe Manvailer, preso e suspeito de tê-la jogado do apartamento onde moravam.
No início do mês de agosto, pelo menos 46 homens foram presos em todo o Estado do Rio de Janeiro sob acusação de violência física e sexual contra mulheres. As prisões ocorreram em operação policial realizada no dia em que a Lei Maria da Penha completou 12 anos de promulgação.
Na operação deflagrada nesta sexta-feira, também serão realizadas prisões de pessoas que descumpriram medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha. Também houve a apreensão de adolescentes e 32 armas. “Lei Maria da Penha existe para se evitar o feminicídio”, afirmou o vice-presidente do CONCPC, Eric Seba de Castro.
A escolha do nome Cronos, segundo o Ministério, vem da referência à supressão do tempo de vida da vítima, reduzido pelo autor do crime. Ao mesmo tempo, com a prisão dos autores de homicídio e feminicídio, espera-se o impedimento da prática de novos crimes.
O ministério afirmou que um banco de dados genéticos está sendo ampliado para facilitar a identificação desse tipo de crime. Segundo Jungmann, esse banco deve receber 140 mil coletas até o fim do ano e a meta é chegar a 180 mil até o fim de 2019.
Da redação do BLOG do Emanoel Cordeiro/Estado de Minas