Quando Neymar entrar em campo nesta sexta-feira para enfrentar o Uruguai, se encontrará com parceiros de ataque do passado, do presente e do futuro. E a missão é fazer com que a dupla atual na seleção brasileira, com Roberto Firmino, seja tão poderosa como as que ele já formou com Luis Suárez, no Barcelona, e Edinson Cavani, no PSG.
Dessa vez, só Firmino está do seu lado. Eles ainda não construíram um duelo de encher os olhos. É claro que Seleção é diferente: menos jogos, menos treinos. Mas um dos desejos de Tite nesse início de ciclo é afinar o entrosamento entre seus dois principais atacantes.
Neymar jogou por três anos ao lado de Suárez, entre 2014 e 2017. Foram amicíssimos, além do sucesso dentro de campo no trio MSN, formado com Lionel Messi. Uma amizade que resiste até hoje, em recados e fotos carinhosas. Recentemente, em visita a Barcelona, onde parece se sentir muito mais em casa, Neymar postou ao lado do uruguaio: “Mi gordito”.
Suárez bem que tentou convencer Neymar a não deixar o Barcelona rumo ao PSG. Não adiantou. O brasileiro trocou de uruguaio e passou a ter Cavani como companheiro de ataque. Os primeiros meses passaram longe da harmonia que ele tinha na Espanha.
A disputa pelo direito de bater pênaltis e por reconstruir a hierarquia dentro da equipe gerou atritos entre os principais jogadores da equipe, que conquistou torneios locais como se enfrentasse crianças, mas naufragou na missão da Liga dos Campeões.
Qualquer problema entre eles parece ter sido superado. As trocas de passes e celebrações aumentaram bastante de meses para cá.
Cavani pode não ser tão amigo quanto Suárez, mas em números, as duplas foram para lá de bem-sucedidas. Empilharam gols e títulos.
Ao lado de Firmino na Seleção, Neymar só atuou em 23 jogos, mas a imensa maioria com um deles vindo do banco de reservas – quase sempre o 9 do Liverpool. Os dois foram titulares juntos apenas sete vezes. O melhor momento talvez tenha sido ainda nas oitavas de final da Copa do Mundo, quando cada um fez um gol na vitória por 2 a 0 sobre o México, e o de Firmino teve assistência de Neymar.
Depois do Mundial da Rússia, Firmino tomou a vaga de Gabriel Jesus. O atacante do Liverpool já havia jogado melhor que o do City ao longo da temporada passada, e isso se consolidou com a Copa ruim de Jesus. Mas essa é uma análise individual.
Quando se fala em combinação com o principal craque da Seleção, Gabriel Jesus ainda pode alegar que sua dupla com Neymar funcionou melhor. É hora de Firmino mudar isso. Serem melhores do que Suárez e Cavani, parceiros-rivais de Ney, é um bom começo.
O técnico Oscar Tabárez passou a semana lamentando o recorde de desfalques para os amistosos contra o Brasil e, na terça-feira, a França. Ele perdeu o goleiro Muslera, os defensores Saracchi, Godín, Giménez, Coates, Gastón Silva e Cabaco, os meio-campsitas Nández e Mayada, além do atacante Stuani.
Apoiado na poderosíssima dupla de ataque formada por Cavani e Luis Suárez, o Maestro tenta reorganizar os outros setores. No gol, a tendência é que jogue Campaña, com o vascaíno Martín Silva ficando no banco de reservas.
Na defesa, ele deve improvisar o lateral Cáceres na zaga, o que não seria nenhuma novidade, ao lado de Velázquez. E o jovem Mathias Suárez, de 22 anos, estrearia na lateral direita. Para a vaga de Nández no meio-campo, o favorito é Carlos Sánchez, jogador do Santos.
BRASIL x URUGUAI
Local: estádio do Arsenal, em Londres
Data e horário: sexta-feira, às 18h (de Brasília)
BRASIL: Alisson, Danilo, Marquinhos, Miranda e Filipe Luís; Walace, Arthur e Renato Augusto (Paulinho); Douglas Costa, Neymar e Firmino. Técnico: Tite.
Reservas: Ederson, Gabriel Brazão, Fabinho, Dedé, Pablo, Alex Sandro, Allan, Paulinho (Renato Augusto), Rafinha, Willian, Richarlison e Gabriel Jesus.
URUGUAI: Campaña, Mathias Suárez, Cáceres, Velázquez e Laxalt; Torreira, Vecino, Bentancur e Carlos Sánchez; Cavani e Luis Suárez. Técnico: Oscar Tabárez
Arbitragem: Craig Pawson, auxiliado por Steve Child e Ian Hussin (todos da Inglaterra)
Transmissão: TV Globo (narração de Galvão Bueno, comentários de Casagrande, Júnior e Arnaldo Cézar Coelho, reportagens de Tino Marcos e Raphael de Angeli); SporTV, com pré-jogo a partir das 16h30 (narração de Milton Leite, comentários de Muricy Ramalho e Lédio Carmona, reportagens de Mauro Naves); e GloboEsporte.com
Tempo Real: GloboEsporte.com, a partir das 16h30.
Da redação do BLOG do Emanoel Cordeiro/Globo Esportes