Membros da Organização Não Governamental Aza Branca, localizada em Exu Pernambuco, realizaram neste domingo (5), mais um mutirão de serviços para limpeza. Entre os dias 10 e 13 de dezembro será realizada a festa dos 109 anos de nascimento de Luiz Gonzaga, o maior mestre da Sanfona, criador do baião, xote e forró.
No local os visitantes além da limpeza vão perceber a restauração das placas. Durante as festividades vários shows vão acontecer no Parque Aza Branca. Regras sanitárias devem ser cumpridas, apresentação do cartão de vacinas e uso de máscaras.
O Parque Aza Branca é um patrimônio cultural do Nordeste Brasileiro. Sua função é preservar o acervo constituído pelo legado de Luiz Gonzaga, Rei do Baião, em Exu, sua terra natal.
Esse legado foi iniciado pelo próprio Luiz Gonzaga que, retornando a Exu, anos 80, teve a ideia de criar esse espaço cultural, dotando-o com objetos pessoais.
O Museu do Gonzagão traz a marca de seu caráter, cultor de raízes e nordestino assumido. Ali deixaria a melhor parte de sua história, marcada por grandes mudanças, pelejas e o sucesso conhecido de todos.
Em 2009, o Parque Aza Branca foi tombado como Patrimônio Histórico e Cultural de Pernambuco pela Fundarpe. Segunda a Fundarpe a legislação estadual de tombamento prevê que tanto a posse quanto a manutenção permanecem sob a responsabilidade de quem possui a propriedade do imóvel e ressalta que o Governo de Pernambuco investe no Festival Viva Gonzagão.
ONG PARQUE ASA BRANCA: A ONG Parque Aza Branca completou no mês de novembro 20 anos de atuação. A ONG foi fundada em Exu com o objetivo de valorizar a vida e obra de Luiz Gonzaga e manter viva a memória do Rei do Baião.
A história conta que em 2001, o cantor e compositor Gilberto Gil foi até Exu, Pernambuco, com toda a equipe do longa-metragem “Viva São João”, de Andrucha Waddington, para gravar algumas cenas do filme.
“Temíamos que o parque afundasse. A falta de apoio para política públicas e ações eram evidentes. Aproveitamos a visita de Gilberto Gil e fizemos uma reunião”, lembra, Junior Parente, atual diretor presidente da ONG, ressaltando que o grupo recebeu conselho para criar uma ONG para administrar o parque.
“Gilberto Gil explicou na época que ao virar uma instituição, teríamos mais possibilidades de pedir apoio do governo ou de empresas”, conta. Naquele mesmo ano, o grupo criou uma organização não-governamental sem fins lucrativos para administrar o Parque Aza Branca.
Dedicação e perseverança são as marcas da ONG PARQUE ASA BRANCA. Inicialmente buscando por alternativas, a professora Clemilce Cardoso Parente viu no site do Ministério da Cultura o projeto Ponto de Cultura.
“Convidei minha amiga professora Ilaíde Carvalho para pensar comigo. Criamos um projeto de três anos com oficinas de música, dança, artesanato e teatro”, conta. A ideia de oficina de música nasceu com o gene do Aza Branca.
“Luiz Gonzaga presenteava sanfona para todo mundo que tinha interesse. Dizem que ele deu mais de 400 sanfonas. Ele tinha medo que as pessoas perdessem o interesse pelo instrumento e não soubessem mais como tocar”, conta.
Junior Parente destaca ainda que “cuidar da memória de Luiz Gonzaga é um trabalho diário, reunindo voluntários da ONG e os milhares de fãs, admiradores que todos os anos estão em Exu. É um desafio que precisa ser mantido”.
O Parque Aza Branca é o principal ponto turístico de Exu. Ele foi fundado pelo próprio Luiz Gonzaga. A Fazenda onde foi instalada a atração foi comprada por ele no início dos anos 70. Em 1982, o sanfoneiro volta a morar em Exu e elegeu o Parque como moradia definitiva. O parque uma antiga fazenda comprada pelo “Rei do Baião”. Ele foi idealizado pelo próprio artista – que, já com a carreira consolidada, quis construir um complexo de atrações para preservar seu nome e sua obra.
No local é possível visitar o Museu do Gonzagão, que abriga o maior acervo material original do músico. Entre os objetos pessoais, há sanfonas, chapéus, sandálias e gibão de couro, discos de ouro e fotografias. Outra atração é a casa onde ele morou, que mantém os móveis originais, e o mausoléu onde Gonzaga está sepultado junto com sua primeira mulher (“dona” Helena), que seu filho Gonzaguinha mandou construir para o casal.
Há ainda uma réplica da casa de reboco onde nasceu o músico e um viveiro de Asas-Brancas. A grafia do nome do parque acompanha a da canção original, registrada assim para acompanhar o Z de Luiz e de Gonzaga. O parque tem também duas pousadas para hóspedes: Santana, em homenagem à mãe de Gonzagão (a agricultora e dona de casa Ana), e Januário, nome de seu pai, lavrador e sanfoneiro.
O museu do Gonzagão fica na Rodovia Asa Branca, KM 38, Exu (PE).
Telefone: (87) 3879-1295.
Da redação do BLOG RADAR DE NOTÍCIAS – EMANOEL CORDEIRO/DIDI GALVÃO