“Meu Deus, o que eu fiz? Eu sei que essa pessoa quer o meu mal até a morte”, desabafou MARTA GOUVEIA GONÇALVES DOS SANTOS, 37 anos, a uma amiga pouco antes de ser morta, em Nova Andradina-MS. Ela se referia ao relacionamento conturbado que tinha com o filho, Matheus Gabriel Gonçalves dos Santos, de 18 anos.
Segundo a polícia, o rapaz matou a mãe com 30 golpes de chave de fenda quando a vítima saiu para pedalar, em 23 de janeiro.
No dia anterior, uma amiga de Marta respondeu a uma mensagem publicada pela vítima em uma rede social. Durante a conversa, a mulher desabafou sobre a relação com o filho, chegando a dizer que Matheus “era educado na rua, mas, diferente em casa” e que desejava sua morte.
“(…) tem uma pessoa bem próxima a mim, e às vezes eu falo: meu Deus, o que eu fiz? Eu sei que essa pessoa me quer mal até a morte, e eu preciso dar um fim nessa situação, mas, eu vou passar por cima. Se Deus quiser, você vai ver. Ah, se vou”, declarou a técnica de enfermagem à amiga, se referindo ao filho Matheus.
A relação conturbada entre mãe e filho acendeu um sinal de alerta nos policiais durante a investigação. Conforme o relato de testemunhas, o jovem sempre tentou controlar os passos da mãe. No dia do velório, ele não quis esperar a chegada do padrasto que estava viajando e disse que “por ele já poderiam enterrar o corpo”.
Matheus nunca confessou o crime, mas, foi preso e indiciado por feminicídio neste sábado, 05 de março.
A perícia técnica apontou que Marta foi morta com perfurações feitas por uma chave de fenda. No corpo da vítima havia cerca de 30 feridas ocasionadas pelo objeto, sendo 24 no pescoço e seis no rosto.
Para a Polícia Civil, a investigação apresentou “indícios suficientes, autoria e prova da materialidade do crime de femenicídio” cometido por Matheus contra a mãe.
Além do crime de ódio, a polícia investiga a possível existência de crime sexual, “porém, aguarda-se outra perícia referente a alguns possíveis materiais genéticos colhidos no corpo da vítima fatal”, disse.
Matheus segue preso de forma temporária. Agora o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) deve denunciar o suspeito à Justiça, que dará a sentença para o investigado.
Da redação do BLOG RADAR DE NOTÍCIAS – EMANOEL CORDEIRO/G1 MS