O soldado da Polícia Militar Flávio Oliveira da Silva, 32 anos, acusado de atirar e matar o cabo Adriano Batista da Silva, 41, no domingo será expulso da corporação. A informação é do secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho. “O soldado efetuou o disparo de forma covarde, pelas costas, sem qualquer chance de defesa. Não vejo outra alternativa a não ser expulsá-lo, diante do crime bárbaro que ele cometeu”, argumentou o secretário ontem pela manhã, no Comando-Geral da PM, no Derby, área central do Recife, em solenidade de conclusão do curso que formou mais 1.117 soldados. O secretário considerou ter havido “uma fatalidade”.
Entenda o caso do início:
Questionado se o homicídio poderia ter sido evitado, o secretário afirmou que “infelizmente, não foi”. Alessandro Carvalho também isentou o Estado de responsabilidade, alegando que o policial passou por exames psicotécnicos realizados por junta médica capacitada, e que o processo é feito com muito cuidado. “Não é o comandante do Batalhão nem o comandante-geral nem o secretário que têm capacidade para dizer se o profissional pode estar nas ruas ou não”, ressaltou.
Na mesma solenidade, o governador Paulo Câmara (PSB) classificou o assassinato do cabo como um “caso isolado”. “Entendemos que fatos como esse exigem reflexão. Vamos ver o que pode ser melhorado e se os protocolos estão sendo cumpridos. Situações como essas são isoladas, não fazem parte do nosso dia a dia, mas é um alerta e precisa ser devidamente trabalhado”, afirmou.
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Infelizmente, em 2015 não temos obtido êxito na redução dos homicídios. Mas temos foco e determinação. Vamos trabalhar incansavelmente para que crimes como este não voltem a acontecer”, afirmou o governador Paulo Câmara.
Para o presidente da Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco, Albérisson Carlos, o policial acusado de assassinar o colega deveria ter sido afastado das funções. “Esse crime poderia ter sido evitado. Um policial numa condição dessa jamais deveria estar na rua. Quando se instrumentaliza alguém assim com arma, você coloca em risco a vida dos outros”, afirmou.
Apresentados no Quartel do Derby, os soldados recém-formados foram aprovados no concurso de 2009 e devem reforçar a segurança em Pernambuco. O efetivo participará de estágio por 15 dias nas ruas do Grande Recife. Farão policiamento a pé, nos turnos da manhã e da tarde, em vias de grande circulação de pessoas. Após o estágio, serão distribuídos para batalhões.
Da redação do BLOG do Emanoel Cordeiro/JC OnLine