Com faixas, cartazes e apitos, nesta sexta-feira (30), os servidores municipais de Moreilândia, no Sertão do Araripe, protestaram contra o atraso de salários. Desde outubro do ano passado, eles estão sem pagamento e o prefeito do município apresentou uma proposta de parcelar em quatro vezes para parte dos servidores e em 23 vezes para os professores.
A professora Marinalva Ferreira é contra a proposta oferecida. “Não vou aceitar nenhuma divisão e se o prefeito disser que não tem como pagar, vou acionar a justiça. Não tem como fechar as contas, ninguém divide em 23 vezes, nem o cartão de crédito, é vergonhoso”.
Servidora há mais de 12 anos, a professora Francisca Sirlândia de Lemos, disse que nunca ficou sem receber salário por mais de três meses. “Eu me sinto um profissional desvalorizada, porque todas as despesas de primeiras necessidades não são divididas em 23 vezes”.
O Prefeito de Moreilândia Jesus Felizardo de Sá explicou que essa situação aconteceu devido os repasses do município serem insuficientes e problemas com a convocação de aprovados em concurso público. “Recebemos hoje em torno de 1 milhão e 400 mil reais e a folha é entorno de 1 milhão e 200 mil. O problema vem da gestão anterior, um concurso que ele realizou e estaria com limite estourado e ainda nomeou mais 77 pessoas. Foram nomeados de forma errada, sem seguir a relação dos aprovados. Muitos entraram na justiça e mais 40 pessoas tiveram entrar. Nós ficamos impossibilitados de pagar a folha do servidor”.
Em relação a proposta de parcelamento dos salários, ele ressaltou que não acha justo, mas foi uma opção. “Justo eu não acho, mas tem que fazer as coisas com responsabilidade. Tem que fazer proposta de pagar em dez vezes e não cumprir e em cima de previsão de receita, a gente viu que dá para pagar somente desta forma, em 23 vezes”, destaca.
Além dos atrasos, os problemas em Moreilândia se estendem ao fundo previdenciário do município, a prefeitura deve mais de um milhão e 500 mil reais. “Estamos quites com o fundo de previdência. Houve um parcelamento e o final desta dívida foi quitado”.
Os estudantes universitários também estiveram no protesto. O motivo é a falta de ônibus que faz o transporte deles até a universidade. “Desde o final do semestre passado, o prefeito deu férias aos motoristas e eu fui para casa de um amigo meu para poder concluir meu semestre. O sentimento é de revolta e tristeza. Não tem universidade na cidade e o que custaria dar 250 alunos o transporte para esses alunos”, estudante universitário, João Lemos.
G1 Petrolina