Depósitos em banco no exterior, dinheiro guardado em casa, aviões e lanchas não são itens raros nas declarações de bens dos mais de 29 mil candidatos que concorrem nas eleições deste ano.
O sistema da Justiça Eleitoral traz mais de 93 mil itens de propriedade dos políticos que concorrem neste ano, mas a maior parte ainda não está especificada.
A transparência sobre o patrimônio dos candidatos foi afetada, nesta eleição, por decisão da Justiça Eleitoral de não obrigar o detalhamento dos bens listados. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) voltou atrás na decisão e determinou em agosto que os candidatos enviassem informações complementares sobre suas posses. Mas não deve haver punição a quem não atender essa ordem.
Pela regra inicial, ao informar a propriedade de uma empresa não era preciso especificar o nome da companhia ou CNPJ —apenas o valor estimado. Sem esses dados complementares, não há como saber, por exemplo, o total de candidatos que possuem participação em meios decomunicação.
Em 2014, o patrimônio médio dos deputados federais eleitos foi de R$ 2,52 milhões. Em comparação, o rendimento médio mensal do brasileiro foi de R$ 2.178 em 2017 —seria necessário mais de 90 anos para acumular a quantia média de posses dos congressistas.
Da redação do BLOG do Emanoel Cordeiro/Magno Martins/Folha de São Paulo