O estudante Lucas Santos, de 26 anos, que morreu com suspeita de H1N1 em Petrolina, no Sertão do São Francisco, foi enterrado na tarde desta quinta-feira, dia 17 de novembro na cidade de Sobradinho, na região norte da Bahia. O sepultamento ocorreu no cemitério municipal e contou com a presença de familiares e amigos do jovem, que era aluno do curso de Gestão de Tecnologia da Informação da Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (Facape).
O estudante foi internado na manhã de quarta-feira, dia 16, em um hospital particular de Petrolina, com febre alta e fortes dores no corpo. O quadro de saúde se agravou e no começo da noite do mesmo dia, ele morreu.
O médico José Carlos Moura, responsável pelo paciente disse que nenhuma medicação conseguiu controlar a infecção sofrida pelo jovem. Um exame de sangue realizado apontou a presença de um vírus.
Segundo o médico, existe a suspeita de que a morte pode ter sido provocada por complicações causadas pelo H1N1. Amostras de material foram coletadas e serão enviadas para análise para confirmar a causa da morte. Os exames devem ser realizados em Belo Horizonte ou São Paulo. O resultado deve sair em cinco dias.
Amigos disseram que Lucas não apresentou nenhum sintoma durante a viagem
“Ele se manteve lúcido até o momento em que a respiração dele começou a apresentar deficiência muito grande, precisando de aparelho para respirar. Isso leva a uma morte que chamamos de morte aguda. Pode ser por H1N1? Pode. Normalmente, para se ter certeza do H1N1, o exame demora para dar o resultado em torno de cinco dias”, destacou José Carlos.
Lucas Santos apresentou os sintomas após participar de uma Feira de Tecnologia, em Belo Horizonte, Minas Gerais. O jovem viajou para Belo Horizonte no dia 7 de novembro, com outros 40 estudantes e participou de uma Feira de Tecnologia chamada Campus Party, com aproximadamente duas mil pessoas. No evento o estudante ficou em segundo lugar no campeonato de futebol para computador.
“O Lucas, um jovem saudável, que não tinha nenhuma queixa anterior, participou de um congresso com mais de duas mil pessoas. Depois fez uma viagem longa de volta e em raríssimos casos, ele pode ter sido acometido por um vírus atípico, que leva a uma infecção extremamente fulminante, que pode levar a uma insuficiência respiratória, como foi o caso dele”, explicou o médico José Carlos Moura.
Em poucas horas o quadro de saúde se agravou e nenhuma medicação conseguiu controlar a infecção. A morte foi confirmada às 17 horas. “Os exames preliminares que ele fez mostraram que foi um quadro viral, existe realmente uma infecção por vírus, extremamente maligna, que chamamos de fulminante”, disse José Carlos.
A Vigilância Epidemiológica do município foi acionada. José Carlos Moura disse ainda que não há risco de epidemia. Mas, pessoas próximas ao jovem e que tiveram contato com ele durante a última semana, devem ficar em observação de cinco a 10 dias.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que soube do óbito às 18 horas e 20 minutos da quarta-feira (16) e que o caso avaliado como suspeito está em investigação pela Vigilância Epidemiológica. A nota diz ainda que foi coletada secreção naso e orofaríngea, além de sangue e soro para investigar outros agentes etiológicos.
em Belo Horizonte, Lucas assistiu ao jogo Brasil x Agentina, no Mineirão.
A secretaria reforçou que todos que tiveram contato com o jovem foram acionados, junto com a Facape, para que sejam avaliadas as necessidades de coleta dos contactantes com sintomas ou monitoramento.
As aulas da Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina, onde o jovem estudava, foram suspensas nesta quinta-feira, dia 17. Lucas Santos era casado e tinha uma filha de 8 anos.
Da redação do BLOG do Emanoel Cordeiro/G1