Clique aqui e saiba quais são as próximas etapas da tramitação da reforma da Previdência.A reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro teve sua admissibilidade aprovada na Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, na noite desta terça-feira, dia 23 de abril, por 48 votos a favor e 18 contra.
A sessão tumultuada em que foi votado o relatório do deputado Marcelo Freitas (PSL-MG), com parecer favorável à proposta, foi marcada por questionamentos e requerimentos da oposição.
No total, a sessão durou 9 horas (começou por volta das 15 horas e só foi concluída por volta das 23h50) sendo que a proposta estava na CCJ há 62 dias.
A votação de hoje é uma vitória para o governo mas só foi possível após um um acordo com as lideranças da Casa, no qual foram aceitas alterações em quatro pontos do texto.
O primeiro é o fim do pagamento da multa de 40% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do recolhimento do fundo do trabalhador já aposentado que voltar ao mercado de trabalho.
O segundo ponto é a concentração, na Justiça Federal em Brasília, de ações judiciais contra a reforma da Previdência.
Os outros pontos são a exclusividade do Poder Executivo de propor mudanças na reforma da Previdência e a possibilidade de que a idade de aposentadoria compulsória dos servidores públicos (atualmente aos 75 anos) seja alterada por lei complementar, em vez de ser definida pela Constituição, como atualmente.
A expectativa inicial era que a votação ocorresse na semana passada, mas houve adiamento, gerando tensão no mercado financeiro e mais dúvidas sobre a capacidade de articulação política do governo.
Quando a proposta da reforma foi apresentada inicialmente, em 22 de fevereiro, havia previsão de que essa fase poderia estar concluída ainda em março.
Mesmo com as mudanças anunciadas hoje, a previsão de economia com a reforma continua em 1 trilhão de reais em uma década, segundo o governo.
A expectativa é que já na próxima quinta-feira seja instalada a Comissão Especial, próxima fase do processo de tramitação e no qual será analisado o mérito da proposta.
Para virar lei, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) precisa ser aprovada por dois terços da Câmara (308 dos 513 deputados) em dois turnos e então segue para o Senado, onde precisa ser aprovada por dois terços dos senadores (49 dos 81) também em dois turnos.
Da redação do BLOG do Emanoel Cordeiro – Radar de Notícias/Via Exame/Imagem: Gauchazh