A reviravolta no cenário incipiente que se desenha para 2018, em Pernambuco o PMDB não atrairia o senador Fernando Bezerra Coelho nem contrariaria o deputado Jarbas Vasconcelos, que tem envergadura nacional, se não estivesse nos planos do presidente Michel Temer entrar na disputa pela reeleição. Poucos analistas têm sido tão atrevidos para tratar da sucessão presidencial com Temer no páreo quanto o marqueteiro pernambucano Marcelo Teixeira.
“Se não Temer não fosse candidato, por que o presidente nacional do PMDB, Romero Jucá, iria se antecipar para informar que em Pernambuco o partido terá candidato próprio ao Planalto? ” O questionamento é do próprio publicitário, que levanta um dado curioso para sustentar a sua tese: Pernambuco é um dos raros Estados em que a principal liderança do PMDB, no caso Jarbas, é dissidente.
E justamente por estar no campo oposto a Temer, Jarbas foi levado a uma saia justa da direção nacional. “Se Fernando resolvesse tomar outro rumo partidário, diferente do PMDB, o presidente ficaria sem chances de ter um candidato competitivo no Estado”, acrescenta Teixeira, para quem o ingresso do senador na legenda remete ao velho jargão da política de juntar a fome com a vontade de comer.
Quanto à situação de Jarbas, entende o marqueteiro que ele próprio terá que correr contra o tempo. “O deputado precisa resolver com rapidez se fica no PMDB ou se procura outra legenda. Como os principais partidos no Estado já têm dono, só restará a Jarbas se abrigar numa legenda nanica”, afirma Teixeira.
Ao longo desta semana, o deputado terá conversas com a cúpula nacional do PMDB. Estão na sua agenda o presidente Romero Jucá e o presidente do Senado, Eunício Oliveira. Com ambos, o assunto passa pelos desdobramentos do ingresso de Fernando Bezerra na legenda. Jarbas tem dito que o senador é bem-vindo e que seu grupo continuará dando as cartas no diretório estadual.
Não é, exatamente, o que pensa e diz Jucá. “Jamais faria uma intervenção no PMDB em Pernambuco, mas não se concebe que Fernando, sendo candidato a governador, não tenha a presidência no Estado”, disse Jucá numa conversa recentemente com a jornalista Marisa Gibson, do Diário de Pernambuco, reproduzida em sua coluna da última sexta-feira.
Considerando-se a força nominal do PMDB é mais do que razoável imaginar que o partido, como prevê Marcelo Teixeira, venha a ter um candidato a presidente na eleição de 2018 e, uma vez que o presidente Michel Temer vem sendo há décadas um dos políticos mais importantes do partido, nada mais natural que ele seja este candidato. Um fator importante para dar sentido e sustentação à candidatura à reeleição de Temer é o apoio de inúmeros fiéis escudeiros. Há ministros de Estado que vêm se empenhando muito para que todas as flechas lançadas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e qualquer outro ator político sejam neutralizadas.
Da redação do BLOG do Emanoel Cordeiro