A Polícia Federal, em cooperação com o Ministério Público Federal e com a Receita Federal, deflagrou nesta quarta-feira, dia 08 de maio, a 61ª fase da Operação Lava Jato, denominada Disfarces de Mamom.
Cerca de 170 policiais federais cumprem 3 mandados de prisão preventiva e 41 mandados de busca e apreensão em 35 locais diferentes nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Os mandados foram expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba/PR.
Desta vez, o objetivo foi apurar um grande esquema de lavagem de dinheiro praticado por altos funcionários de um banco, os quais, por meio dessa instituição financeira, faziam a contratação de empresas de fachada, que emitiam notas fiscais e contratos fictícios para justificar serviços não prestados e assim camuflar pagamentos feitos e recebidos pelo banco no exterior.
Uma vez pagos, tais empresas, com ajuda de doleiros remetiam numerário para exterior por meio de operações tipo dólar-cabo, conferindo assim aparência de legalidade às operações e obtendo, deste modo, dinheiro em moeda estrangeira com aparência legal.
Os presos são funcionários do banco investigado e, na época, um deles atuava na mesa de câmbio; outro era diretor da área de operações de câmbio e o terceiro era diretor geral da instituição.
As investigações tiveram início a partir de depoimentos e colaborações colhidas de três administradores de uma instituição financeira no exterior que atuavam ocultando capitais em operações criminosas em favor do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht.
A operação se reveste de uma peculiaridade e de uma especial importância, posto ser a primeira vez que a operação Lava Jato cumpre mandados diretamente na sede de um banco.
Os presos serão levados para a sede da PF em São Paulo e, posteriormente, transladados para a Superintendência do Paraná, onde serão interrogados.
O nome da operação remete a uma passagem bíblica “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.” (Mateus 6.24). Isso porque a instituição bancária envolvida, que deveria zelar pelo higidez do sistema financeiro no âmbito do qual ela estava inserida, valia-se de sua posição privilegiada dentro da estrutura financeira do mercado para a viabilização de atividades ilícitas.
Será concedida coletiva de imprensa, às 10h, no auditório da Superintendência Regional da PF em Curitiba/PR.
Da redação do BLOG do Emanoel Cordeiro – Radar de Notícias/Polícia Federal – MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA