Um policial militar teve um surto neste domingo, 28 de março e efetuou diversos disparos de arma de fogo durante a tarde, no Farol da Barra, em Salvador. Após horas de negociação com o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), ele foi baleado.
Ele foi socorrido por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado ao Hospital Geral do Estado. Ele chegou ao Farol da Barra por volta das 14h20 em um carro, começou a gritar palavras como “honra” e estava com o rosto pintado de verde e amarelo.
Na sequência, efetuou dezenas de disparos ao longo do dia. Já durante a noite o PM efetuou disparos contra seus colegas e o BOPE revidou com vários tiros. Em nota, a polícia lamentou o fato:
“A Polícia Militar lamenta pela ocorrência crítica envolvendo um integrante da corporação. Nesse sentido não poupará esforços para que todos os protocolos internacionais de gerenciamento de crises sejam adotados.
De pronto foi feito o isolamento e a contenção da área de crise, a fim de manter um espaço para iniciar o processo de negociação, para atingir o objetivo principal, que é a preservação de vidas.
WESLEY SOARES GÓES morreu por volta das 23h. Ele chegou a ser socorrido ao Hospital Geral do Estado, mas não resistiu aos ferimentos. O PM foi atingido em pelo menos três regiões do corpo, incluindo o tórax.
O PM era noivo e trabalhava na 72ª CIPM havia pelo menos quatro anos. Ele chegou a ser socorrido por uma equipe do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e levado para o hospital. Segundo o major da 72ª CIPM, HOSANNAH SANTOS ROCHA, o soldado chegou a ficar intubado, mas não resistiu.
Jornalistas que cobriam o fato na capital baiana relataram abusos de um policial, que agrediu profissionais da imprensa e ainda efetuou disparos para o alto, na tentativa de intimidar os comunicadores. Depois que o soldado foi baleado, jornalistas foram alvos de tiros de borracha quando tentavam se aproximar do policial.
Em nota, o Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba) afirmou que “condena veementemente o comportamento dos policiais envolvidos neste lamentável episódio”. A instituição também contou que “não havia qualquer necessidade de agir daquela maneira pois os jornalistas estavam trabalhando e não representavam qualquer ameaça aos PMs ou à operação”.
CONFIRA A ORDEM CONOLÓGICA DOS FATOS:
- 14h:A ocorrência iniciou quando o militar chegou armado com fuzil e pistola, na Barra. Imediatamente ele iniciou disparos de fuzil para o alto. Ele foi cercado por unidades policiais do CPR Atlântico e especializadas, que isolaram o local;
- 15h: de acordo com a SSP, uma equipe do Bope iniciou a negociação. O soldado alternava momentos de lucidez com acessos de raiva, acompanhados de disparos. De acordo com o órgão de segurança pública, além dos tiros de fuzil, o soldado arremessou grades, isopores e bicicletas, no mar;
- 18h35: O soldado teria falado que havia chegado o momento, fez uma contagem regressiva e iniciou os disparos contra as equipes do Bope. Após pelo menos 10 tiros, o soldado foi baleado e socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE);
- Depois das 18h40: Jornalistas tentaram se aproximar do policial e foram afastados com balas de borracha;
- 23h: A Secretaria de Segurança Pública da Bahia confirma a morte de WELSEY GÓES no hospital.
Da redação do BLOG RADAR DE NOTÍCIAS/Waldiney Passos/G1 BA