Durante a guerra entre Rússia e Ucrânia, que já dura quase um ano e seis meses, quatro brasileiros morreram. No começo de agosto, o estudante de medicina do Paraná ANTÔNIO HASHITANI, de 25 anos, morreu em um confronto em Bakhmut.
Os brasileiros viajaram para a Ucrânia voluntariamente, uma vez que o Brasil não enviou tropas. A maioria dos voluntários faz parte da Legião internacional de Defesa Territorial da Ucrânia – grupo paramilitar de estrangeiros organizados pelo governo ucraniano.
Entre fevereiro de 2022 e o fim de julho de 2023, cerca de 9 mil pessoas morreram na Ucrânia desde o início da guerra, conforme o Escritório de Direitos Humanos da ONU (OHCHR). Os brasileiros mortos ficaram no País entre três semanas e três meses.
A morte de Antônio Hashitani, de 25 anos, foi comunicada aos parentes nesta segunda-feira (7), através de um telefonema do Itamaraty ao irmão do jovem. Ele estava na guerra contra a Rússia como voluntário de um grupo paramilitar
A embaixada brasileira irá providenciar o translado do corpo, além do atestado de óbito. A morte de Antônio pode ter ocorrido entre 2 ou 3 de agosto.
Antônio era estudante da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), em Curitiba.
ANDRÉ LUIS HACK BAHI morreu no país europeu no dia 4 de junho de 2022. O gaúcho tinha 44 anos e morava em Quixadá. Ele saiu da cidade no Sertão do Ceará em fevereiro para atuar na Legião Internacional de Defesa da Ucrânia contra a Rússia.
André deixou sete filhos, com quem constantemente postava registros nas redes sociais na cidade cearense. Segundo a irmã Letícia Bahi, ele estava separado da esposa.
Ele disse que não era para nós ficarmos bravos nem pedir para ele voltar da Ucrânia. Ele iria até o final. Se fosse o fim dele morrer em combate, ele estaria feliz. A gente tem que pensar nisso e respeitar essa vontade do André”, disse Letícia Bahi.
DOUGLAS RODRIGUES BÚRIGO, 40, morreu em julho de 2022. Ele autuava ao lado do Exército ucraniano em Kharkiv. A região foi alvo de um ataque aéreo e o brasileiro não resistiu.
Ele morreu dois meses após chegar ao país saindo de São José dos Ausentes, no interior do Rio Grande do Sul.
“Ele foi, a princípio, para serviço humanitário. A ideia dele era chegar lá e fazer serviço humanitário. Era o sonho dele ajudar, mas acho que depois deu errado, e foi direto para a linha de frente. E o mais errado aconteceu”, disse a família.
THALITA DO VALLE era socorrista e filiada à Legião Estrangeira Ucraniana. Ela também morreu em julho de 2022, em Kharkiv. A mulher de 39 anos saído de Ribeirão Preto, em São Paulo, três semanas antes.
“Ela não era do Exército, chegou a fazer escola militar, mas não seguiu. Na função de socorrista, dentro do contexto da guerra, é natural aprender a manipular armamentos. Ela se tornou atiradora de precisão (sniper), e não de elite, por conta da própria função de socorrista. Todo socorrista observa a progressão e faz função de cobertura”, explicou o irmão Theo Rodrigo Vieira ao g1.
A família relatou que os ferimentos da mulher não batiam com laudos médicos. Thalita atuou no resgate de vítimas em Mariana (MG) em 2015, e Brumadinho (MG), em 2019.
Da redação do BLOG RADAR DE NOTÍCIAS – EMANOEL CORDEIRO/O POVO COM A NOTÍCIA/ G1